segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Começaram a puxar por mim, lá no outro lugar onde trato outra forma de ser professora! :)

De tanto andar às voltas com o que é o trabalho lectivo, fui parar a leituras antigas d'O Trabalho Amoroso - Elogio da incerteza, de Max Pagès, e da saudade que tenho do meu professor e amigo Jacques Houart... (ligo-lhe daqui a pouco, está visto!)
Bom, mas diz assim, lá o tal livrinho:

(de acordo com Fritz Perls) "... o organismo humano é um sistema aberto cujo funcionamento depende materialmente da fluidez das permutas consigo próprio e com o ambiente. ..." (p. 70)

E o tal livrinho fala dos gestos e de como os gestos são necessários, inevitáveis, urgentes!
conta assim (p. 41):

"Cada gesto é necessário e leva a outros gestos
desconhecidos, necessários também,
que levam a outros gestos e a outros ainda
desconhecidos
..."

E depois fala do amor. E os gestos que ficam por fazer levaram esta minha forma louca de relacionar histórias com uma coisada que já não sei bem se é no Cinema Paraíso que está deliciosamente retratada e que passo a vida a pensar que é o que justifica a minha permanente perda do melhor lugar de estacionamento...
sim, descobri que é uma parábola que R. Barthes conta no Fragmentos de um Discurso Amoroso:
Reza assim:

Diz o Barthes que "... fazer esperar é prerrogativa constante de quem tudo pode, passatempo milenário da humanidade..." ora eu tenho p'ra mim que é mais como os britânicos têm por apanágio: há que ser pontual! :)

Bom, mas diz a tal história citada no Fragmentos,

"Um mandarim estava apaixonado por uma cortesã. 'Serei vossa, diz ela, quando tiverdes passado cem noites à minha espera, sentado num tamborete, no meu jardim, debaixo da minha janela.' Mas, à nonagésima nona noite, o mandarim levantou-se, pôs o tamborete debaixo do braço e foi-se embora."

Isto é mesmo um risco, não é?...
E eu tenho cá uma perícia na perda do lugar...


domingo, 23 de novembro de 2008

A Eternidade ou o Tempo

...
tal como o vivemos?
.
Li ali, por acaso (ou não, que isto do acaso também tem que se diga!), mas li mais ou menos assim
.
.
.
"Penso nas coisas que poderiam existir e não existiram.
...
A história sem o rosto de Helena.
O homem sem os olhos, que nos ofereceram a lua.
...
O amor que não partilhámos.
...
O outro corno do Unicórnio.
A ave fabulosa da Irlanda, que está em dois lugares ao mesmo tempo.
O filho que não tive."

do Grande Borges,
e, também com o mesmo Homem das palavras,

"... O tempo é um problema para nós, um tremendo e exigente problema..."

e então dei comigo a pensar que, efectivamente, o tempo é o grande sarilho dos dias!
esta coisa de não ter tempo e ter sempre tempo a mais para coisa nenhuma. 
Não ter tempo vital e ter horas sem fim para o que urge cumprir nunca chegando para isso.
e sinto cada vez mais longe tudo e de tantas maneiras.
O ar arrasta-me e a luz mais ténue teima enganar-me.
Como se visse sorrisos luminosos onde, afinal, são sombras que se misturam.
Teimar uma emoção que cria é outra forma de 
sentir,
não?

Esta Semana Cultural ainda me vai dar mais nós na cabeça! :)
mas quem me manda a mim, sapateira, tocar rabecão?!

Sei lá...
mas também não é isso que quero saber.
O tempo há-de gastar-se (hei-de gastá-lo) em diferente fogueira
.
.
.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sentir tudo de todas as maneiras

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Há palavras que não digo. Há palavras que quase nunca escrevo. Há ideias que me escapam. Há desejos que já esqueço. Há vontades que reconheço. Há um sonho que não esmoreço. 
E
também há as palavras que só digo baixinho.
as palavras que quando escrevo são um desalinho.
as ideias que fogem (quase que a medo).
Os desejos que afinal lembro...
as vontades que sei que sei!
O sonho que acalento.
E as palavras que, se não digo, sinto.
E as palavras que, não escrevo, vivo.
as ideias agarradas com mão inteira, os desejos seguros e, por isso, soltos.
a vontade como um sonho que escolho.
Finalmente acordo.
É Hoje.
Agora
estremeço
Sinto tudo.
E sinto mais e 
de todas as maneiras

.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Sol

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As previsões são de Sol para toda a semana.
Felizmente.
Preciso de Sol.
.
Também parece que vai estar um friozinho considerável...
Mas até isso estará certo.
Preciso é que haja Sol.
.
Como em
Perto do Coração Selvagem (sim, o livro de Clarice Lispector)
Lá, pode ler-se assim:

"Papai, inventei uma poesia.
Como é o nome?
Eu e o Sol - sem esperar muito recitou:
As galinhas que estão no quintal já comeram duas minhocas mas eu não vi.
Sim? Que é que você e o Sol têm a ver com a poesia?
Ela olhou-o um segundo. Ele não compreendera...
O Sol está lá em cima das minhocas, papai, e eu fiz a poesia e não vi as minhocas...
(Pausa)
Posso inventar outra agora mesmo: "Ó Sol, vem brincar comigo"
Outra maior:
Vi uma nuvem pequena
coitada da minhoca
Acho que ela não viu
...
Lindas, pequena, lindas. Como é que se faz uma poesia tão bonita?
Não é difícil, é só ir dizendo."

...
É assim... eu preciso que o Sol fique.
Mas já tinha dito isso, não?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Uma data memorável...

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Quando é fundamental, há sempre tempo para dizer o imprescindível:
Chegou a Mudança!

Caramba... hoje tenho de dar os Parabéns aos Americanos :)
(e que bem me sabe fazê-lo!)


||Curiosidade maluca de quem gosta de números:
nasceu a 4
foi eleito a 4
É o 44º Presidente! ;)||

sábado, 11 de outubro de 2008

Será...

Será que as histórias para crianças lhes mostram que há solução para todos os problemas? Quero dizer, será que servem para dar pistas, conferir esperança, garantir saídas, escapatórias, alternativas?
Ouvi alguém dizer que as histórias de infância com dragões não foram escritas para dizer aos pequenitos que os dragões existem, pelo contrário! Servirão é para garantir que, por muito perigo que possa anteceder a solução, é possível derrotar aquele fogo, as patorras grandes e destruidoras, o medo e os medos...
Será que os contos para crescidos também trazem olhares novos sobre como dar a volta aos sarilhos maiores?


(Tenho de reler - mas desta vez no original - Great Expectations - de Charles Dickens, e The Phantom of the Opera - de Gaston Leroux que nasceu 100 anos antes de mim... como não os encontrei logo, resolvi experimentar outro... e dei de caras com Kenneth Grahame e The Wind in the Willows!  Que escreveu também The Reluctant Dragon e, lá está, nas histórias para crianças tudo é possível! ) 

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Aniversários, para contrariar ausências :)












anti-Viagem, contra-Partida...


Hoje é dia do sexto aniversário do filho da minha Amiga de sempre...
Completa-se hoje um mês de ausência escrita aqui neste sítio.
Ausência da minha escrita, aqui, neste canto.
As ausências são-nos tristes.
Mas há-as que só são aparentes:
As impressões de não ter ou não estar com quem, onde e quando nos apetece.
As certezas que são, afinal, dúvidas tolas que tinham sido angústias:
Sim, a Escola está a ir bem e o miúdo melhor ainda, lá nela, nessas andanças de aprender e resolver trabalhos frescos, em casa.

As angústias, queira toda e qualquer entidade que assim o queira, hão-de dar lugar à calmaria... digo eu, que nem percebo nada de transcendências.
Transcenda-me eu, se caso for.
Continuo a gostar mesmo é do verbo Ir.
e Fico.
O que gosto mesmo é de 
Ficar.

(Cansa pensar todos os dias... a partir do que cansa viver sempre,
como dizia o poeta)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

uhm...


















Era noite, quente, em Toledo

domingo, 7 de setembro de 2008

Clepsidra

Um blog amigo deu a saber que É a 7 de Setembro o aniversário de Camilo Pessanha...

|Eu, que agora volto, tenho muito para aqui deixar, tenho sim, mas está entupido na pontinha dos dedos. Daquelas coisas que, se escrever, serão reais e depois não terei mais nada (para já!) a revelar...
Fica para depois.|

Vamos ao que importa, com palavras do próprio:
Sim, o aniversariante que temos a comemorar!
Um pedacinho da

Clepsidra

"...
(2 III)
Fez-nos bem, muito bem, esta demora:
Enrijou a coragem fatigada...
Eis os nossos bordões da caminhada,
Vai já rompendo o sol: vamos embora.
...
Deixai-me chorar mais e beber mais,
Perseguir doidamente os meus ideais,
E ter fé e sonhar - encher a alma.
..."

:) Este pedacinho era-me especialmente caro quando adolescente! Lia sempre aquela parte da "fé" como força de cada um, feita energia que nos põe a caminho, no caminho certo, no percurso novo!
E sonhava.
E ideais eram "realidades" que não me faltavam!
Tenho saudades dessa energia que pensei que jamais se esgotaria e que, estranhamente, julguei ter perdido algures...
Vejo agora que não perdi, não! Só andei distraída... deixei-me afogar pelos vazios de alguns dias.
Importa "nadar"! Importa sair dali, daquele marasmo tolo em que, às vezes, os dias seguidos nos fazem cair e julgar que é voo o que nos fez assim pousar.
Estou de volta.
mas
Estou de volta, refeita.

"...
(21)
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
...
(39)
Já o sonho começa...
Tudo vermelho em flor...
..."

Ao (re)Começo!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Este costuma ser o "meu" ar de
"apanhei-te!" 
é o ar de quando se está contente!
:)
Andei para aqui a ler uns trabalhos e...
a dada altura, alguém perguntava

(sobre a sua própria existência):

E se eu morresse agora?...

... bem... andei meio sem saber como "julgar" a dita reflexão (sim, que isto de ter de classificar coisa escrita sem poder parar um pouco, conversar um tanto, trocar ideias Muito... é a parte mais estúpida da vida docente!) e depois veio-me esta imagem à cabeça!

Anda meio mundo com vontade de "espetar" um beijo d'alento n'outro meio mas o desalentado está de tal forma contrariado que nem vê!

Cá por mim...
Fiquem mas é com o beijo matreiro do:
"apanhei-te! e apanhei-te assim por que gosto de ti"
enquanto eu também me fico com aquela matreirice no miolo:
E se nos faltássemos, uns aos outros assim, subitamente?...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

e por falar de Vida...

Isto é o meu trabalho:
(Repare-se como há gente feliz!! Sim, que nem todos os trabalhos podem ser descritos deste modo claro e tão cheio:)

Há o que vi porque me disseram;
Há o que vi, sem que me tenham dito, enquanto me contavam outras coisas;
Há o que conto
... e o que não conto.  ...

As palavras são de Ruy Duarte de Carvalho em "Fui lá visitar pastores"
E eu Uso-as. Como se fossem minhas... 


a vida acontece todos os dias

Às vezes tenho a impressão que há pessoas que não se lembram disto (nem eu... Em boa verdade, só hoje é que me apercebi desta evidência).
Às vezes deixamos para depois coisas simples que, porque não acontecem assim que deviam ter lugar, perdem sentido.
Há aquela frase (julgo que do Chico Buarque) que diz: aja duas vezes antes de pensar... pensar demasiado antes de agir é capaz mesmo de nos fazer deixar passar a vida ali ao lado sem ter tempo de a agarrar.

Está bem, está bem,
é preciso dar tempo ao Tempo
é preciso dar ar ao fogo, para que arda forte e ilumine a vida...
é preciso parar quando o caminho nos leva a um qualquer abismo,
é preciso perceber o fim sempre que o começo se adia demasiado.

Ou melhor, sem tempos ou paragens ou corridas ou caminhos (pensados ou não)
Importa é pegar -de vez- nas rédeas do "destino" e fazermo-nos à jornada.
Já!
Porque (e isto é mais que certo)
A vida acontece todos os dias!

domingo, 15 de junho de 2008

faz de conta que é rebelde!

Há frases que nos acompanham sempre.
Há frases que não nos largam.
Há frases que, mesmo quando nos chateiam porque estamos fartos de as trazer coladas a nós... cá ficam!
Há uma frase, especialmente, que me anda a moer os dias.
Há anos...
Desde sempre, talvez...
ou melhor, talvez mais que uma, um conjuntito jeitozinho de frases que trago comigo desde sempre.
(Hoje, que não tenho nada de especial para dizer mas porque o vício de não estar calada não me larga, cá ficam na minha versão própria... A partir de Sartre -como não podia deixar de ser- e de outras vozes - como é inevitável- :)

Julgo que hoje podia fazer melhor e muito melhor amanhã
Não me ensinaram a obediência
A vida... é feita de opções.


Pois... de opções... mas que diabo de ideia a minha, isto de escolher acabar este trabalho, em vez de andar ali fora a apreciar o arzinho fresco e a cheirar a Verão, ahm?!
:)
- não tarda nada, opto pelo outro lado! e piro-me!! :)


(acabo de ler, aqui na minha agendazinha de estimação:
tudo ao mesmo tempo agora...
mas que me terá dado para escrever isto??)

- está bem, calo-me já.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Ballester

O que se passa no mundo conduz-me, normalmente, a "coisas", ideias, impressões que foram ficando dos meus próprios dias (assim, como que se de um eterno retorno _a outros dias_ se tratassem estes de agora) mas, muito mais que isso, transporta-me aos livros.
Hoje, ao retomar a leitura do que se passa com as pescas...

Renovei a memória de Gonzalo Torrente Ballester.
Sim,
dos Prazeres e das Sombras,
uma obra magnífica que foi escrita entre 1957 e 1962... 
eu nasceria um bocado depois.
Caramba, como pode, esta coisa da Vida, ser sempre uma corrida espiral alargada que tantas vezes espreita o que já antes vira que não queria ser?

Felizmente há os escritores e, felizmente, a leitura ilumina-nos e propõe-nos novos caminhos, não é?


quinta-feira, 29 de maio de 2008

Os dias estão a demorar muito

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Ontem, enquanto parei 2 segundinhos entre tarefas, ouvi a música que passava no ar e deu-me para divagar um pinguinho sobre coisas que achava que já não me iam dar que fazer...

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E se a felicidade pudesse ser experimentada (quero dizer, vivida) por decreto?
|assim, como se fosse possível definir-se: vais ser feliz! e pronto. A coisa dava-se.|
Se nos fosse razoável viver completos porque sabemos que é para isso que nos trouxeram à vida e é para sermos completamente que a vida é dada como "um dom"?
|assim, a deixarmo-nos de fitas, de palermices, de medos tontos, de tudo adiado e de dias a mais e vida de menos|

...
Não sei... não sei, sequer, se percebo o que me passou pela cabeça!
A culpa foi da música :)
Mas porque diabo tive 2 segundos livres?!
.

Outra vez Banksy e muitos mais

Há graffitis na Tate Modern!
Acabo de ler a notícia aqui http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1330527&idCanal=41
Como gostaria de dar lá um salto já de seguida...
:)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Fly me to ... Somewhere (else)

Já devia ter desligado a máquina, hoje.
... mas saltei ali ao lado a espreitar umas coisas na rede e li alguns nomes que me ficaram a dançar na cabeça.
É hora de post-de-corrida!

Somewhere Over the Rainbow
(acho que ainda um dia levito e então bailarei no embalo de:)
Fly me to the Moon
...

Estive a ouvir música nova e agora são estas "antiguidades" que me vão levar daqui para fora!
Tenham (amanhã) um descansado dia feriado, sim?!
:)

sábado, 3 de maio de 2008

os Abraços

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Apetecia-me ter um desenho do Banksy a ilustrar esta ideia dos abraços...
Se alguém o conseguir encontrar, por favor, dê recado do meu pedido!
:)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Dão-se Abraços

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Talvez já devesse ter sabido disto.
Talvez já alguém me tivesse feito chegar notícia desta onda.
Talvez antes a coisa não me tivesse tocado tanto e, por isso, só ontem me apercebi de como é tão menos simples dizer ideias boas em português...

Recebi um vídeo com legenda: "Fortemente recomendável".
Free Hugs
Vi, a seguir, (sim, o You Tube mostra “tudo”) o movimento em Paris e
Aprendi que se diz Câlins Gratuits...

Apetece-me fazer isto aqui nesta terra.
Coimbra anda mesmo mesmo a precisar...

E eu também.

Dão-se Abracinhos

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(Dão-se Abraços ou Abraços Gratuitos? Não... sem esse peso de gratuito como coisa que se dá ao desbarato e sem intenção! Não!
Dão-se abracinhos e dão-se porque é isso mesmo que se deseja fazer... e nos abraços, se retribuírem, o enleio é logo melhor)
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sábado, 26 de abril de 2008

Escrita Ontem

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Hoje é Dia da Liberdade…
Hoje é dia de viver mais fundo a Liberdade de Escolher.

Hoje é Este dia e o ano é par. 2008.
Hoje foi o dia que a minha Avó escolheu para largar o corpo,
última amarra que aqui a prendia…
Hoje, a partir d’hoje,
Será também o dia em que a minha avó partiu.

A minha Avó está livre.


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Não me importo - Desafio

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Não me importo que tanta gente julgue que me importo demais
Não me importo de me importar
Mas importo-me se tiver de o fazer cada vez mais.
Não me importo de me cansar com o silêncio das palavras
Mas importo-me porque há gente a mais com frases caladas
– E a parecer que tem medo de (as) (de se) acordar –

Não me importo de gastar a voz, por aí
Não me importo de sossegar pouco, eu aqui
Não me importo de passar mensagens destas
Não me importo...
Porque vale a pena continuar a importunar!

  • Ex Improviso

  • O Cheiro da Ilha

  • Mar Arável

  • Barcos de Flores

  • Divas & Contrabaixos

  • Paixaum

  • De Rerum Natura


  • .

    quarta-feira, 23 de abril de 2008

    Fotossíntese

    .
    À minha volta, tudo arrefece por que voltou um Inverno torto aos dias.

    Ando como se fosse uma planta farfalhuda e verde. Muito verde.
    Forradíssima por inúmeros cloroplastos.

    Tenho tudo comigo. Está tudo “bem obrigada” e de boa saúde...
    ... mas parece que me foi retirada toda a possibilidade de realizar fotossíntese.

    Ou os ventos mudam brevemente
    ou
    Esta “resistência” murcha!
    .
    :)

    domingo, 13 de abril de 2008

    Sonhei as chuvas para perceber que moro no teu olhar…

    .

    Ontem, a conversar com o Bernardo Sassetti e amigos, percebi algumas formas incríveis de “estar” no meio dos outros dando do melhor de cada um.
    Dizia Ele que faz música como quem quer contar imagens... ☺
    E fez-se luz.
    Finalmente ouço um criador dizer em palavras aquilo que a composição (toda a composição!) para mim é:
    Forma de contar uma história!
    E eu escolhi que a imaginação é imagem e a imagem forma de estar.
    Estar e Ser,
    Sabem como é? O contíguo, o uno, o paralelo (quando tão pouco) do ser e do estar.
    Verbos.
    Verbos são “coisas” que aprecio.
    Ir
    Ficar
    Escolher
    Fazer
    Mudar
    ...
    Sonhei as chuvas
    Chorei um mar. Longo. Sem par.
    Demasiado perto. E tão ausente...
    Percebi que nunca me vi
    Para lá daquele olhar...
    O azul, quente!
    .
    .

    Há noites brilhantes.
    Noites que se enchem de surpresa e tornam os dias maiores, mais claros.


    ah, é verdade: chama-se

    Prelúdio em Sol(o) Maior

    .
    .

    segunda-feira, 7 de abril de 2008

    Um mês Importante...

    .

    Sim. Abril é um mês importante, sim!
    Era em Abril que se festejava o aniversário do meu Avô!
    Continua a ser nesse dia que "falo" especialmente com o meu Avô!
    ...

    Também tem sido à volta deste mês que, ao longo dos anos, tenho tido as "revelações" difíceis e concretas acerca de uma ideia que a minha amiga Paula-caracol (porque a miúda tem um cabelo encaracolado delicioso! :) ) expressou com clarividência há uns tempos:
    "o amor não é eterno, a nossa capacidade de amar é que é!" ...
    Pois não sei bem se será assim tão eterna, essa tal "capacidade"... :) ou talvez seja, sim... ainda que, por fases, nos pareça que a perdemos de vez!

    Não sei por que artes mágicas, ando com a impressão que o vento vai mudar!
    E isso deixa-me descansada à brava... como se o rumo fosse já outro e eu ainda só não lhe esteja a perceber bem os passos...
    Até as frases já de mim se soltam como "antes"!!

    ah... têm sido estes breves dias de Primavera a acordar-me da vida amordaçada do ano que passou!

    Gosto de Abril!

    Não é à toa que também é o
    Mês da Liberdade!!
    :)

    .

    domingo, 6 de abril de 2008

    Um mês Importante...

    .

    Abril é o mês da

    Luta Contra a Crueldade Sobre os Animais

    http://www.aspca.org/site/PageServer

    .

    sábado, 22 de março de 2008

    A estudar (Psico)Fisiologia

    ...
    Assim é!

    Acabo de ler o seguinte (na introdução de mais um capítulo):

    "O caminho da vida é flexível, sinuoso e complacente."
    Lao Tzu (500 AC)

    Engraçado, não?!

    Pelo menos, deu-me uma folgazinha entre nomes completamente tolos!

    (nota: escrever "folgazinha" também me dá outra entrada, desta feita de rota de passeio:
    Folgozinho! Aldeia de Viriato, Serra da Estrela...)

    Uhm... pois sim, pois sim:
    Vou trabalhar!

    .
    .
    .

    sexta-feira, 21 de março de 2008

    2º post num dia... a coisa está "séria"!

    ...
    Há já uns anos, por causa de escolhas de carreira (que ainda se está para ver onde me hão-de encaminhar... ☺ ) “abandonei” as preocupações acerca da formação de professores.
    A verdade é que essa continua a ser a área que mais me aquece as vontades sempre que alguém me chama a opinar sobre aspectos que ali toquem. Ora ontem chegou à televisão a notícia (e o vídeo do YouTube, claro) da aluna do 9ºano e da professora de francês em “luta” por um telemóvel...
    Ora muito bem... que me calha dizer sobre isto?
    Que as escolas são cada vez menos Escolas e que os profissionais cada vez menos Professores e cada vez mais gente apenas... gente que se envolve pela via errada, gente que reage sem mais, gente que grita e berra em vez de parar para pensar, gente que lá vai, que por ali anda, que vai entrando triste todos os dias para sair ainda mais zangado quando o Sol cai...
    Isto não é Escola!
    Estas acções e estas “cenas” são, tão só, prova evidente do desrespeito de uns pelos outros. De falta de impressão de estar bem, de desejar estar, de vontade de crescer...
    Deve ser a única constante em mim: creio que é pela Educação que se cresce e não tenho dúvidas que a Educação só vive se assente no respeito pleno de uns pelos outros.

    Coisas como as deste filme são, mais que tudo o que foram escrevendo e dizendo por aí sobre como controlar “tais actos”, são sintoma de mal-estar profundo, de dores que não tinham tido oportunidade antes de se mostrar e vai de se trazerem em brados para alguém gravar.
    Não me agrada nem um pouco que se tenha feito alarde de investigação que aponta para a repressão de atitudes destas como solução única para tais casos... Caramba! Mas que diabo de ideia é esta de apontar para soluções depois da coisa acontecida como única forma de as solucionar?? Convenhamos, se são acções para depois como podem ser solução?? São recurso, apenas! São não ter pensado antes, não ter previsto, não ter actuado para bem!

    Falta é formação séria de professores...
    Falta acção pedagógica!
    Falta Psicologia do desenvolvimento.
    Falta Estima. Respeito. Dialogo. Saber.
    Falta o Gozo Imenso de viver a Escola de fio-a-pavio...
    Falta Esperança... assim, a esperança que se traduz como Anima... como alma, como viço!


    ...
    – tenho de voltar –
    – Quero Voltar!

    .

    Gosto da Primavera

    .
    Tenho amigos que andam “encantados” com o amor. ☺
    Conheço muita gente que se empenha muito nesta coisa que não conheço e que dizem ser o amor.
    Calculo que seja mais fácil cuidar dele para quem lhe sabe a face e lhe reconhece os meneios todos do rosto.

    Deve haver gente, nas ilhas da vida, a quem os barcos aportam carregados de suspiros (doces) e canções doces, do Amor...
    E depois, também vão existindo por aí destes, marinheiros de águas turvas, a quem o Amor toca como onda e se esvai feita nuvem de outras chuvas.

    Deve ser verdade que o crescimento nos acontece, a nós, coisa humana, com dor.
    O desamor, palpita-me, creio eu, estou cá de convicções, é capaz de ser a vitamina mais garrida dessa marcha de se ficar maior:
    Ah que dói! Oh, se dói!
    Mas deve ser, também isto, o tal colorido da vida:
    E a gente vai. Por aí, pelos dias, noites fora.

    Nalguma falésia nova um farol há-de brilhar – que de marinheiros se enche o mar – e de dores maiores já alguém há-de ter feito obra melhor.

    .

    quarta-feira, 19 de março de 2008

    à solta pela Tese...

    .
    Erich Fromm na obra The Anatomy of Humam Destructiveness de 1973,
    escreve um epílogo a que chamou Sobre a Ambiguidade da Esperança.
    Nesse leitura é afirmada a convicção que o sujeito humano tem a

    capacidade de se desembaraçar da “teia fatal de circunstâncias que ele próprio criou.”
    Postulando que mudanças fundamentais são necessárias no que respeita a valores, finalidades e
    sentido que se atribui à vida, na própria conduta individual.

    Esta perspectiva assenta na certeza da urgência da acção consciente e realista de cada um.
    Assenta na necessidade de um pensamento crítico associado a profundo apego à própria vida.

    ...
    Andar a escrever coisas destas também me faz rever tudo de todas as coisas...
    ufff...
    Não está fácil!
    :)

    (o título da obra é que me levou a pegar-lhe...
    anatomia da destrutividade humana...
    pois sim... ou
    outras cores do "mau feitio!")
    .

    quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

    a escrever. Outra vez

    .
    Estou a escrever outra vez.
    Há uns dias,
    quando percebi que, afinal, há mesmo afectos que nos desamparam as ordens e nos alteram os dias, desse dia, para sempre,
    Nesse dia,
    voltei a pegar na escrita e a deixar letras dizerem de mim.
    .
    Hoje,
    Fui ver O Menino de Cabul
    e percebi que, inevitavelmente, há “coisas” imprescindíveis da vida que antes não conhecia.
    Agora tenho ali ao lado o livro...
    e, como sempre, há as coisas inadiáveis dos dias que me vão impedir de lhe pegar ao colo e levar a história mais longe. E de me levar a mim... (esse pedacinho está em espera.)
    Contudo...
    .
    Passa das 0horas e é 20 de Fevereiro... Hoje – sim, hoje, este hoje de calendário, de hora que dobra as datas e nos desdobra em obrigações, corridas e canseiras ou... Também! Também instantes únicos, irrepetíveis ainda que potencialmente perpetuáveis... – Então,

    Hoje, 20 de Fevereiro é Dia da Resistência Não Violenta

    E faça-se nota da tão cada vez mais necessária disponibilidade para parar e pensar, parar e progredir, parar para fazer mais, fazer melhor...
    .
    Andei às voltas das palavras de Luther King, Gandhi, Buber... passo sempre no Sartre e nunca me esqueço das andanças do Sepúlveda... – sim, sim, este resiste e parte a cara a outros, eu sei... mas tem histórias que são marcos, tem pedaços de coisas escritas que são símbolos... é a esses que me reporto quando me deixo levar pela ideia do Ser-Aí, do estarmos condenados a ser livres, do termos (incontornavelmente) que vir a responder por termos (ou não) sido completa, absolutamente, estes e estas que “desejamos” ser... – embora saiba que

    Não sei que baste de tudo quanto deixou claro Luther King,
    não sei se consigo saber bem fundo a força necessária para resistir como Gandhi fez,
    não sei se consigo chegar à beira do que fazia ser, M. Buber, tão capaz de perspectivar o olhar do outro,
    não sei de Heidegger que baste para ir por aí à solta com as minhas frases de sempre que Sartre escreveu ou se me aguentava no embate da chuva por muito que voar desejasse... como a gaivota do gato que o Sepúlveda contou...

    Sei que acredito nesta Coisa Simples como pôs em palavras o Giddens:
    “Nenhum de nós terá uma razão digna para viver se não tiver uma causa por que valha a pena morrer.”
    .
    .
    Há formas de vida que conheço há pouco,
    Há realidades que não suspeitava vir a encontrar (até em mim. Ou de mim)
    Há razões pelas quais acções imediatas têm de se fazer valer...

    O único modo que identifico capaz de realizar Resistência e Não Violência é a acção da Cultura.
    o reforço das práticas culturais.
    é que
    Só gente culta percebe O Outro.
    Só gente capaz de olhar Sabe Ver.
    Só gente que sente pode ser... Pessoa.
    e, plenamente,
    Viver!
    .

    sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

    sentidos

    O sentido da vida
    Há alturas em que quase nada faz sentido e um ou dois pormenores dos dias nos dão toda a certeza de continuar a desejar acordar de novo e respirar mais fundo.
    Ontem parei um pouco a olhar, estatelada, em frente ao televisor, para mais um pedaço de um filme de que já apanhei pedacitos vezes sem conta... cantava-se lá que: não há montanha alta que baste, vale profundo ou rio tão largo que me impeçam de chegar a ti assim que me chames... e depois a canção lá segue, naquele registo entre o foleirote do que é dito e o embalo delicioso da música que transporta as letras, as palavras, as ideias... (na voz do Marvin Gaye e da Tammi Terrell)
    Cá por mim, e no sentido pobrezinho que dei aos meus dias na vida de faculdade que me consome aos pinguinhos, tenho andado a ler umas coisas sobre o

    Sentido dos factores de impacto das publicações...
    Sentido dos artigos académicos em revistas de referência...
    Sentido das horas gastas em trabalhos que... haja esperança, alguém há-de ler e alguma coisa poderá mudar – graças ao trabalho que desenvolvemos e às circunstâncias que descrevemos e que podem, efectivamente PODEM, ajudar a mudar as vidas de modo a garantir (pelo menos) espasmos de felicidade enquanto se é capaz de respirar sozinho, de andar sem bengalas, de correr só para sentir o vento no olhar...

    A minha melhor amiga está mesmo mesmo doente.
    O meu primo mais querido condenado a desligar a vida em breve.
    Estou farta da falta de sentido de alguns dias.

    Decidi que mereço a vida que desejo e é só a ela que hei-de responder.
    Quero Tudo.
    Estou farta só de bocadinhos.

    sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

    .
    Olá, riquinho!

    Gosto de palavras.
    Gosto imenso de algumas palavras.
    Gosto de começos.
    de palavras com érres...
    assim, como
    Irritada. Raiva. ou Riso, que ainda que só tenha este rêzito a despontar, é um érre cheiinho e diz-se forte, carregado. Como o que se usa em "forte" ou os dois em "carregado"... aprecio este som de ondas no céu da boca, este fazer parecer áspero o torcer dos dedos... como o érre de dentro em "torcer", que deve dizer-se meio amolecido e eu não consigo nunca parar um érre deixado na palavra certa que o traz pulado!

    Também há expressões catitas que me enchem medidas... ainda ali acima escrevinhei uma: "de dentro"... ora esta também me agrada... de dentro... como se fosse coisa pensada, alinhavada para melhor costurar a seguir... de dentro, como se nos saísse pensada, bem ajeitadinha na forma, na figura, na atenção, no alvo que há-de alcançar.

    Gosto de palavras.
    de Letras.
    Gosto de verbos.
    como Ir. Partir. Fazer. Começar...
    Gosto de coisas pequeninas, de gestos quase invisíveis, de jeitos especiais.
    Gosto de saber. de Saber. de Conhecer. de Descobrir. de Procurar...

    Gosto de coisinhas simples, simples, simples... mas nunca fáceis, nunca dadas, nunca óbvias.
    Gosto do que gosto. E pronto!
    de começos!
    e o
    Ano está a começar...
    Que tudo aconteça. Que tudo tenha tempo certo para se dar!
    .

    (pronto... disse-te há minutitos atrás que não andava a escrever coisinhas... ora cá está! Já escrevi! e faço público, agora! :) tudo porque fiquei a pensar levezinho, coisas soltinhas, tolices sem importância, mas coisas que de pensadas podem ser ditas e, escrevo mais depressa do que digo, por isso cá está: afinal, também escrevo coisinhas - nem só de trabalho vive o meu teclado!)
    :)