segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Começaram a puxar por mim, lá no outro lugar onde trato outra forma de ser professora! :)

De tanto andar às voltas com o que é o trabalho lectivo, fui parar a leituras antigas d'O Trabalho Amoroso - Elogio da incerteza, de Max Pagès, e da saudade que tenho do meu professor e amigo Jacques Houart... (ligo-lhe daqui a pouco, está visto!)
Bom, mas diz assim, lá o tal livrinho:

(de acordo com Fritz Perls) "... o organismo humano é um sistema aberto cujo funcionamento depende materialmente da fluidez das permutas consigo próprio e com o ambiente. ..." (p. 70)

E o tal livrinho fala dos gestos e de como os gestos são necessários, inevitáveis, urgentes!
conta assim (p. 41):

"Cada gesto é necessário e leva a outros gestos
desconhecidos, necessários também,
que levam a outros gestos e a outros ainda
desconhecidos
..."

E depois fala do amor. E os gestos que ficam por fazer levaram esta minha forma louca de relacionar histórias com uma coisada que já não sei bem se é no Cinema Paraíso que está deliciosamente retratada e que passo a vida a pensar que é o que justifica a minha permanente perda do melhor lugar de estacionamento...
sim, descobri que é uma parábola que R. Barthes conta no Fragmentos de um Discurso Amoroso:
Reza assim:

Diz o Barthes que "... fazer esperar é prerrogativa constante de quem tudo pode, passatempo milenário da humanidade..." ora eu tenho p'ra mim que é mais como os britânicos têm por apanágio: há que ser pontual! :)

Bom, mas diz a tal história citada no Fragmentos,

"Um mandarim estava apaixonado por uma cortesã. 'Serei vossa, diz ela, quando tiverdes passado cem noites à minha espera, sentado num tamborete, no meu jardim, debaixo da minha janela.' Mas, à nonagésima nona noite, o mandarim levantou-se, pôs o tamborete debaixo do braço e foi-se embora."

Isto é mesmo um risco, não é?...
E eu tenho cá uma perícia na perda do lugar...


15 comentários:

mfc disse...

Onde quer que esperes pelo estacionamento, sempre vaga um lugar atrás de ti ou na outra fila.

Foi por isso que o Mandarim se aborreceu!

Leonor disse...

nao eme
pensas que perdes o lugar.
mas eu penso que com o teu temperamento so ganhas lugares.
ganhaste na simpatia da blogsofera.
beijinhos

jrd disse...

Por vezes perder o lugar pode significar que nao se empatou o tempo,

Manuel Veiga disse...

pois é... o poder é sobranceiro.

gosta de se revestir de "majestade"...

... mas o que se perde em "lugares", ganha-se em dignidade!

gostei muito

beijo

lino disse...

Muitas vezes, é melhor perder o lugar. Eu já o perdi várias vezes, mas continuo com a coluna direita.
Beijos

Mar Arável disse...

Nunca se perde um lugar

muito menos o nosso

se formos pontuais

Manuel Veiga disse...

beijo

batista disse...

tudo de bom pra ti. que o teu Natal seja Bom.

lino disse...

Feliz Natal!
Beijos

mfc disse...

Que tenhas um grande grande 2009...
Um Xi enorme para ti.

Mar Arável disse...

2009 - o melhor possível

porque mesmo ousando

não é fácil ser feliz

lino disse...

Bom ano de 2009.

Beijooss

Carla Alexandra Gonçalves disse...

Bom ano querida éme...
vai aparecendo ao vivo e em directo...
abraços e beijos da
carla

batista disse...

vez por outra "caio" por essas bandas só pelo prazer de te ouvir. esse post, gostoso de "re"ver.

uma beijoca fraterna.

Isaura disse...

Cheguei tarde??? Nunca é tarde...quando sabemos que da força e da persistência surgirá sempre " o nosso lugar".
beijos da ainda Sancha e da Laula Joge.