segunda-feira, 12 de novembro de 2007

que raiva: tudo so um pouco.

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O tempo e o vazio, a ideia de nada ou o próprio nada preocupam-me desde que me lembro de ser gente.
Quando era muito miúda costumava acordar com uma dúvida maior que eu e sobre a qual nunca me atrevi a abordar nenhum adulto... costumava questionar-me onde caberia o primeiro grão se antes dele nada havia...
Ainda hoje não sei o que fazer do nada.

Ainda hoje não sei o que fazer de coisa-pouca. Do poucochinho...
Desde que me lembro de ser gente que só sei lidar com o tudo, com o muito, com o tanto, com o profundo mais fundo dos sentidos.
Do medo. Do desejo. Do querer. Do chorar. Do procurar. Do ter. De deixar.
Nunca saberei ver-me no meio do meio. Do mais-ou-menos. Do assim-assim. Fui sempre ou tudo ou nada...

e o nada aterroriza-me mas tranquiliza-me___ com o nada sei que fazer: Questiono-me!
Pergunto-me sempre e cada vez mais. Indago. Desejo saber. Espero descobrir. Desvendar a razão. Pelo menos, uma razão... se existir.

Sou agarrada a algumas coisas dos dias.
A esta coisa “maligna” a que chamamos Tempo. Por exemplo.
A roupa colorida e ando muito só de preto.

...

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2 comentários:

Sr. Jeremias disse...

Não sei o que fazer do pouco, também... Mais, mais, mais. Não sei se a natureza humana se eu só, mas a verdade é que quero mais. E esperar cansa.

Unknown disse...

Sabes, o "pouco" serve-nos para querermos mais. De cada vez que queremos, queremos mais e mais. Acho que nunca teremos "tudo", mas se tivermos uma boa aproximação, já podemos dar-nos por satisfeitos, com um determinado grau de certeza. Sempre levei assim a minha vida... Rejeitar o "poucochinho" acho saudável, bastante até. Aceitar o "pouco" é atingir o limite da mediocridade, não achas?

Bjzz