domingo, 11 de novembro de 2007

sempre as palavras que ainda nao disse

Alguém a pedir que se abra a última porta da noite…
É o final de um livro, bem sei, mas é o começo de uma inquietação, talvez.

.
Há muitas palavras por dizer.
De cada vez que me acontece sufocar ideias, desejos, medos, dúvidas,
Fico assim...
Com demasiadas palavras caladas e retidas na ponta dos dedos, como se fosse impossível dar-lhes vida e elas se sentissem no direito de me roer por dentro,
até sair.

Há qualquer coisa que não digo
Há qualquer coisa que não me é contada
Há muitas ideias em reboliço ao meu redor.
Há janelas fechadas.

Tem de haver uma porta (será a última?),
na noite,
que se abra e me deixe seguir.
.

2 comentários:

Unknown disse...

Estou arrepiado com as tuas palavras... Curioso que a minha porta está temporariamente fechada. De dia e de noite.

Bjzz

éme. disse...

:)
Andamos a desencontrar caminhos há já uns tempos, parece-me!
Acaba por ter piada, isto de encontra-desencontra, como um jogo de criança, toca-e-foge de antigamente.
Estes espaços virtuais também sufocam, às vezes.
Quase abafam dias e apertam a alma, se se lhes dá um espaço maior que o lugar nenhum que devia ser o seu (seu=destas coisas tão da rede que nem deviam contar como espaços de manobra de quem nos fazemos...)
Às vezes é preciso sair da via e procurar outro caminho. Creio que sim. Parar um pouco. Fecharmo-nos algures, um pouco. Ou sair mais. Escancarar os dias e nem dar pela sucessão das horas, talvez... mas estes são os bocados raros da vida (digo eu) quando nem damos pelo tempo que segue e nos finta as voltas ao sono.

Quando a tua porta voltar a entreabrir, lá estarei a espreitar. Boa?