segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sentir tudo de todas as maneiras

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Há palavras que não digo. Há palavras que quase nunca escrevo. Há ideias que me escapam. Há desejos que já esqueço. Há vontades que reconheço. Há um sonho que não esmoreço. 
E
também há as palavras que só digo baixinho.
as palavras que quando escrevo são um desalinho.
as ideias que fogem (quase que a medo).
Os desejos que afinal lembro...
as vontades que sei que sei!
O sonho que acalento.
E as palavras que, se não digo, sinto.
E as palavras que, não escrevo, vivo.
as ideias agarradas com mão inteira, os desejos seguros e, por isso, soltos.
a vontade como um sonho que escolho.
Finalmente acordo.
É Hoje.
Agora
estremeço
Sinto tudo.
E sinto mais e 
de todas as maneiras

.

9 comentários:

éme. disse...

Álvaro de Campos

(na preparação para mais uma Semana Cultural da Universidade de Coimbra)

vieira calado disse...

De todas as maneiras... e com todas as belas palavras do dicionário!

Bjs

jrd disse...

O vórtice das palavras à flor da pele.

mfc disse...

Um turbilhão lindo escrito apenas com a verdade.

lino disse...

Muito bonito.
Beijinhos

Manuel Veiga disse...

sentir. viver tudo de todas as maneiras...

belo

beijo

Mar Arável disse...

É bom ter o corpo acordado

e sonhar

em voz alta

Nilson Barcelli disse...

Quem me dera escrever assim...
Beijinhos.

Maresia disse...

Parabéns...